quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mapa da Violência mostra queda da taxa de homicídios de brancos e aumento da de negros

Publicado em 14.12.2011, às 15h55  - No portal ne10.com.br

 O Mapa da Violência, divulgado nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Sangari, mostra que, de 2002 a 2010, a taxa de homicídios de brancos vem caindo no país, enquanto que a de negros está subindo. Segundo o estudo, o número de homicídios de brancos caiu de 20,6 para cada 100 mil habitantes em 2002, para 15 em 2010. Já o dos negros subiu de 30 para cada 100 mil habitantes em 2002, para 35,9 em 2010.

Os dados mostram que para cada dois brancos vítimas de homicídio em 2002, morreram aproximadamente três negros. Já em 2010, para cada dois brancos assassinados 4,6 negros foram vítimas de homicídio.

“É um fato preocupante porque a tendência está aumentando. Nossa mídia veicula o que acontece em famílias abastadas e há uma preocupação dos órgãos de segurança com isso. Mas ninguém noticia que morreram dois negros em uma favela, a não ser que seja uma chacina”, diz o coordenador da pesquisa Julio Jacob Waiselfisz.

De acordo com ele, a maior violência contra os negros pode ser explicada também pela questão econômica e pela privatização da segurança. “Quem pode pagar, paga a segurança privada, que protege melhor”. Como a população negra é, em média, mais pobre, explica Jacob, passa a depender dos órgãos de segurança pública que, geralmente, não conseguem atender adequadamente a população.

“Essas evidências nos levam a postular a necessidade de reorientar as políticas nacionais, estaduais e municipais, em torno da segurança pública, para enfrentar de forma real e efetiva essa chaga aberta na realidade do país”, diz o texto do estudo.

Fonte: Agência Brasil


Comento:
O fato é que a intolerância ainda é um item que não foi descartado da mentalidade dos que estão dominando. É inegável que nas últimas décadas a classe negra obteve uma certa ascensão, tendo direitos garantidos e assegurados como não tivera antes, conseguindo galgar postos antes inimagináveis. E Isso gera segregação, separação, ou pensará alguns que o preconceito contra o negro, o índio acabou? Não. Não acabou, mas continua em níveis muitos sérios de forma velada. Como futuro professor, estagiando em uma escola pública, percebo o quanto essa questão é tão latente, por mais que trabalhemos a desconstrução dessa mentalidade, parece que ela está incorporada à paisagem, impregnada no sangue daqueles que se acham superiores.

Quando a intolerânca bate à porta, gera conflitos e a remediação às vezes termina com a morte. A questão econômica também é fator preponderante, pois a classe negra, ainda continua sendo excluída, dos bens de consumo, sendo levada quase que como condenada a marginalização.

As políticas voltadas para o setor estão falhando, é muita teoria e pouca ou quase nehuma prática para minimizar ou acabar de vez com essas desigualdades tão brutais.

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